quinta-feira, 17 de novembro de 2016

SÃO THOMAS DE AQUINO E A IGUALDADE DOS PECADOS

                                      
            Grande questão que divide opiniões entre as diferentes ramificações do cristianismo é a levantada por São Thomas de Aquino: são todos os pecados iguais? Se iniciarmos uma pesquisa de campo com esta pergunta e a fizermos a um considerável número de pessoas, a resposta não será uníssona, mas assaz diversa. Buscaremos, pois, aprofundar a questão com base na Suma Teológica.
                A  problematização da questão se dá  com alguns argumentos que iniciam o debate. Para Thomas de Aquino, o pecado é um mal, e  nenhum tipo de pecado deve ser cometido.  Ora, se todos os pecados devem ser igualmente evitados porque são igualmente “mal”, e como se constituem o contrário das virtudes -que são todas iguais-, logo são os pecados todos iguais.
Existem pecados graves e outros não graves.
Mas todos devem ser evitados...
            Contudo, considerando-se que muito certamente o doente  não deseja piorar, para não morrer, e como o deficiente não deseja que sua deficiência se agrave porque considera a deficiência, a doença e a morte um mau, o pecado é também algo mau, e o homem deve evitá-lo. De fato, existem pecados “graves” e “veniais”, na visão de Thomas, da mesma forma como há males físicos mais graves que outros.
         Observe-se que há pecados que promovem impacto mais grave que outros: desejar mentalmente algo de ruim a alguém  e cometer um  latrocínio são exemplos claros de dois pecados com diferentes impactos efetivos; ambos são pecados, mas observa-se maior repugnância ao ultimo. Assim, há pecados que devem ser mais evitados  que outros, ou seja; deve o fiel se policiar mais em não os cometer. O capítulo 19 do evangelho de João vem completar o pensamento tomista, onde Jesus pergunta a Pilatos quem possui o “pecado maior”. Segue-se que a existência de pecados graves e outros não graves são uma realidade.

            As exposições são brilhantes e fazem refletir acerca do assunto.  Certamente, aqueles que não congregam em nenhuma denominação cristã, corroborarão com o pensamento tomista. Sobre estes, o Papa Bento XVI, numa catequese em 2006, afirmou que o senso comum pode, diversas vezes, alcançar os mais altos graus de Teologia, sem haverem lido um texto sobre, e mais uma vez fulgura a grandeza do pensamento de Thomas de Aquino.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.


REALE, Giovani. HISTÓRIA DA FILOSOFIA. São Paulo: Paulus, 1990. 693 p.


     AQUINO, Thomás de. SUMA TEOLÓGICA. Traduzido por Alexandre Correia. São Paulo: Odeon, 1934. 484 p.

 Papa Bento XVI. AUDIÊNCIA GERAL. 2010. Disponível em: http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2010/documents/hf_ben-xvi_aud_20100707.html.

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